Pai de homem jogado de ponte pela PM em SP diz que filho está bem e cobra explicações: 'inadmissível'
- Robert Murph
- 4 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
A violência policial em São Paulo voltou a chocar o país após a divulgação de um vídeo que mostra um policial militar jogando um homem do alto de uma ponte. O caso, ocorrido na madrugada de segunda-feira (3) em Vila Clara, zona sul da capital paulista, gerou indignação nacional e desencadeou uma série de investigações. O pai da vítima, Antônio Donizete do Amaral, em entrevista ao Jornal Nacional, confirmou que seu filho, Marcelo, de 25 anos e trabalhador como entregador, está bem, apesar do incidente. No entanto, ele expressou a sua profunda revolta e cobriu a Polícia Militar sobre a brutalidade da acção.

O Incidente na Ponte:
Imagens de câmeras de segurança mostram cinco policiais militares próximos à ponte. Um deles segura Marcelo, que não oferece resistência aparente. Sem qualquer justificativa aparente, o PM o arremessa da ponte, que tem aproximadamente três metros de altura. A queda resultou em ferimentos no rosto de Marcelo, mas felizmente, moradores de rua que ficaram embaixo da ponte o socorreram. A testemunha ocular relatou que os policiais estavam no local para dispersar um baile funk.
A Reação do Pai e a Investigação:
Antônio Donizete, pai de Marcelo, descreveu seu filho como um trabalhador esforçado sem qualquer envolvimento com o crime. Ele enfatizou a falta de antecedentes criminais e a indignação com a violência desproporcional utilizada pelos policiais. Sua frase, "Está bem, mas não consegui falar com ele... É inadmissível, não existe isso aí", resume o sentimento de milhares de brasileiros diante do ocorrido.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) agiu rapidamente, afastando 13 policiais militares envolvidos no caso. A Corregedoria da PM e a Polícia Civil estão conduzindo investigações para apurar os fatos e determinar as responsabilidades. O Secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, condenou veementemente a ação, afirmando que ela não encontra respaldo nos procedimentos operacionais da PM. O Procurador-Geral de Justiça do Estado, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, reforçou a gravidade da situação, classificando a conduta como "estarrecedora e inadmissível" e execução exemplar. O Ouvidor das Polícias de São Paulo, Cláudio Silva, acredita que os PMs agiram com a verdade de impunidade.
Outro Caso de Violência Policial:
Este incidente se soma a outro caso recente de violência policial também em São Paulo: a morte de Gabriel Renan Soares, de 26 anos, após ser alvejado com 11 tiros por um policial militar. Gabriel havia furtado pacotes de sabão em um supermercado. O PM alegou legítima defesa, mas foi afastado das atividades operacionais. O governador Tarcísio de Freitas se pronunciou sobre ambos os casos, afirmando que serão investigados rigorosamente e que os responsáveis serão punidos.
Implicações e Debate:
O caso reacendeu o debate sobre a violência policial no Brasil e a necessidade de maior transparência e responsabilização em casos de abuso de autoridade. A utilização excessiva da força e a falta de respeito aos direitos humanos são preocupações constantes, e a repercussão deste episódio demonstra a urgência de mudanças na formação e no controle da atuação policial. A sociedade cobra responde efetivas e medidas que garantem a segurança da população sem comprometer os direitos fundamentais. A investigação em curso precisa trazer à luz todos os detalhes do ocorrido, garantindo justiça para Marcelo e sua família, e particularmente como um alerta para a urgente necessidade de reformulação das práticas policiais.
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